terça-feira, 8 de setembro de 2009

Aos interessados na Obra missionária para o Uruguai



    Esta semana entrei em entrei em contato com Eduardo Carpenter, missionário no Uruguai e ele me enviou este e-mail falando das dificuldades da obra misionária naquele país. Convoco a Igreja para intercer... Quem quiser maiores informações, pode visitar o site http://www.eduardocarpenter.com/ ou enviar e-mail para contato@sbkauer.com .


País menos evangelizado da América do Sul
Montevideo - UY
Estarmos efetivamente radicados em Montevideo a pouco tempo mas já podemos perceber os contornos da Igreja de Jesus nesta cidade. Temos visitado algumas comunidades locais e nenhuma delas apresenta um número extraordinário de pessoas se compararmos com o Brasil. Além de visitar igrejas locais, procuramos sempre extrair dos seus membros e pastores, parte da experiência quanto à plantação do trabalho, lutas que enfrentaram e ainda enfrentam métodos utilizados e projetos para o futuro. Há particularidades, mas observamos uma convergência nas opiniões no que diz respeito às barreiras para a oficialização, ou seja, a maioria das igrejas locais vive a realidade da clandestinidade, por causa do número insuficiente de seus membros e também em virtude do alto custo cobrado pelo governo para torná-las legais, como por exemplo, o imposto que é pago sobre uma obra e pode chegar a 80% do valor da mesma.
A sociedade uruguaia está mergulhada no humanismo como resultado de três fatores principais. O primeiro deles é histórico-filosófico. Artigas, o mentor da independência uruguaia, plantou a idéia de que o homem não chega a lugar algum só com a sua braveza, antes, é necessário evoluir culturalmente e humanamente através do conhecimento. Por razões políticas, os maçons desenvolveram os seus ideais, sem contar com a presença dele, que morreu exilado.
O segundo fator é geográfico cultural. A proximidade com a Argentina promove uma influência natural. A facilidade do idioma e a agressiva divulgação de eventos através da mídia colaboram decisivamente para transformações profundas na maneira de pensar dos uruguaios, que até pouco tempo tinham o Brasil como paradigma. Hoje, as novas gerações imitam dos cortes de cabelos e jeito de se vestir à pronúncia diferenciada de toda a América Latina, onde o “ll” tem som de “ch”;
O terceiro fator é o demográfico. Por ser um país com cerca de três milhões apenas de habitantes, o Uruguai sustenta índices invejáveis do ponto de vista humano. Em si mesmo esses dados são positivos, mas seus desdobramentos produzem relevante orgulho pessoal e coletivo. Uma barreira radical ao progresso do Evangelho, posto que o princípio básico para o mesmo é o arrependimento e o espírito quebrantado, diametralmente oposto ao espírito altivo que percebemos aqui.
Noventa e oito por cento de sua população é alfabetizada, a escola pública é de qualidade, as crianças são tratadas com especial atenção e existe um profundo respeito pelos idosos.
Em contra partida a economia é perigosamente frágil. Há uma dependência da energia produzida e vendida pelos países vizinhos Brasil e Argentina, e o comércio exterior está baseado em poucos produtos produzidos a partir do campo. O exemplo mais conhecido é a carne de vaca. Não existem grandes fábricas e quase tudo que se consome no país é importado.  Por causa disso, a juventude não tem perspectiva de futuro e ultimamente a questão da violência têm preocupado demasiadamente a sociedade. Há alguns anos os narcotraficantes recrutaram gente da periferia de Montevideo, que começaram a distribuir para a juventude, gratuitamente, a pasta base da cocaína. Esse câncer social se alastrou assustadoramente produzindo um aumento radical na delinqüência. Os índices de homicídio subiram em proporções alarmantes e pequenos furtos são anotados diariamente no centro da cidade, o que não ocorria antes. Quem consegue vencer a tentação da fuga existencial através das drogas é praticamente forçado a deixar o país em busca de novos horizontes. A Europa, principalmente a Espanha, é o destino da maioria dos jovens que completam os estudos, deixando para trás uma sociedade cada vez mais envelhecida e solitária. É difícil encontrar uma família adulta que possua todos os seus membros morando juntos ou na mesma cidade. Esses aspectos somados aos rigorosos invernos resultam em crescentes casos de depressão e o Uruguai ostenta o maior índice de suicídio da América do Sul, ficando a terceira posição dessa lamentável estatística na América Latina.
A igreja é influenciada diretamente por todas essas nuances das enfermidades sócio-culturais por três aspectos principais. O primeiro está diretamente ligado à falta de uma liderança madura. Nos diversos elementos necessários para a formação de líderes, em todos eles a igreja uruguaia ainda é muito deficiente.
O segundo aspecto é a total desmobilização e desmotivação em relação à evangelização. Em muitas igrejas os cultos são realizados com as portas fechadas.
O terceiro aspecto é um ensino teológico sem aprofundamento, o que resulta em uma evidente carência de mensagens que produzam verdadeira transformação em seus ouvintes.
Em última análise, a Igreja Evangélica do Uruguai tem aceitado as dificuldades para o avanço do Evangelho com demasiada tolerância, demonstrando omissão em muitos casos.
Recentemente, apoiada financeiramente pela Associação Billy Graham, a igreja uruguaia realizou o Festival Esperança, um tipo de continuação do Projeto Minha Esperança Uruguai. Na verdade uma oportunidade para a celebração da comunhão entre os irmãos. O evento lotou o pequeno Estádio Charruá, localizado em um bairro de classe média alta, chamado Punta Gorda, cerca de 20 kilometros do centro de Montevideo. Durante três noites o herdeiro do maior evangelísta do século XX  pregou mensagens evangelísticas, e como é costume em grandes concentrações evangelísticas, principalmente aquelas que são idealizadas e organizadas por norte americanos, ao final de cada culto  foi feito um grande apelo ao qual acorreram centenas de pessoas. Fica a interrogação sobre a eficácia do método, porém o saldo para a igreja uruguaia foi muito positivo.
Quando chegamos a Montevideo no dia dezessete de janeiro não  tínhamos nenhum projeto específico, somente a certeza de que o Altíssimo nos queria aqui. Hoje algumas coisas estão claras em nossa mente e coração. A primeira delas é que a Igreja precisa de apoio embora isso não seja um desejo externado com facilidade pelos seus integrantes. Esse apoio pode ser desenvolvido em dois sentidos principais.
O primeiro uma convocação à visão missionária. Estamos orando por um despertamento espiritual que produza uma reação da igreja a fim de que o envio missionário faça parte da sua agenda mais imediata.
O segundo, é que haja um despertamento da palavra profética. Que ao invés de se falar algo sobre Deus para as pessoas se fale algo de Deus para elas. Creio que quando Deus fala as estruturas são abaladas e as vidas transformadas. Oramos para que o Altíssimo levante pregadores com poder nesse país. 
Eduardo Carpenter
Montevideo - UY

2 comentários:

  1. Boa tarde! A Paz do Senhor... Não é a primeira vez que ouço falar do Uruguai. Enquanto o Brasil vive uma fase de avivamento e crescimento, o Uruguai fica esquecido, mesmo estando tão próximo. A África e outros precisam de nós, sim precisam, mas concordo que está na hora de começar pelos que estão perto, pois como influenciar do outro lado, se nem mesmo no nosso continente conseguimos influenciar. Que o Senhor levante seus profetas e essa geração, desperte o chamado para o Uruguai. Minha igreja em Bagé também está presente lá, bem como a que frequento hoje aqui em Curitiba. Deus abençõe!!! =)

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  2. estou orando a disposição de Deus já falamos o espanhol básico eu e a minha esposa estamos a disposição

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