segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Viver em Comunidade


Atos 2.42-47 Sempre, em toda história da Igreja, quando surge um movimento genuíno de avivamento, seu objetivo é voltar aos princípios vividos pela igreja primitiva. Muito se tem falado sobre isso, justamente porque muito é esquecido. Vamos observar então minuciosamente nesse texto, alguns aspectos da vida da igreja do primeiro século. 42- Era de comum acordo perseveram nos ensinamentos divinos ministrados através dos apóstolos. Hoje o que vemos é um questionamento asseverado, não em relação aos pastores, mas em relação à Bíblia. Não se quer mais seguir “a doutrina dos apóstolos” se essa não funcionar “aqui e agora”. O Perseverar daquela igreja era um perseverar conjunto nos ensinos apostólicos, que hoje vemos no Novo Testamento. Assim, mesmo ante as perseguições romanas lançavam o binômio “negar ou morrer” eles perseveravam. Quando existem duas visões, existe divisão (di = duas), logo, eles perseveravam naqueles ensinamentos nem que isso lhe custasse à vida! Já hoje, as pessoas trocam de igreja quando algo aparentemente não dá certo. Não amam suas igrejas, e ficam pulando de galho em galho, sem dar aos pastores tempo de tratarem seus corações. E por isso, muitas pessoas ficam cada vez pior, porque começam o tratamento com um remédio, vão a outro médico, continuam o tratamento com outro remédio e por fim... o que era para se cura acaba virando veneno. Na igreja nascente, como todos criam com fé nas mesmas coisas, podiam manter comunhão uns com os outros e em orações, guerrearem juntos. 43- Todos temiam ao Senhor e estavam convictos de sua missão de pregar o evangelho, fazer discípulos, batizá-los e ensiná-los (Mt 28.19-20). E por isso, os milagres poderiam ser feitos “por intermédio” dos apóstolos. Para que a liderança de uma igreja exerça poderosamente a autoridade do evangelho, é importante que a igreja seja a agente catalisadora do poder de Deus! A igreja orava, jejuava, pregava e tinha fé. Assim a unção comunitária era direcionada sobre os apóstolos. Não estou aqui negando que eles tivessem dons e nem mesmo que eram homens santos e ungidos. O que estou afirmando é que a UNIDADE gera capacidade. Vemos isso claro na história da Torre de Babel (Gn 11.6), quando Deus confundiu a linguagem do povo e ele perdeu capacidade. Uma atmosfera de fé atrai o sobrenatural de Deus. 44,45- Percebe-se uma atmosfera de muita fé e amor na comunidade primitiva. Onde mais poderia se viver em comunidade de uma forma tão intensa? Ou melhor, existia uma confiança tão grande entre eles, que sabia que poderiam colocar todos os seus bens a disposição dos irmãos, sem medo que alguém se aproveitasse disso! Porque hoje, mesmo na igreja, se alguém disser que tudo que tem é dos outros, vai ter a casa saqueada e corre o risco de até passar fome! Só era possível que tudo fosse comunitário, porque um considerava o outro mais importante do que a si mesmo! 46- Vemos que a comunhão da igreja se dava em duas fazes. No templo, onde faziam suas orações, pregações... E nas casas, onde faziam a festa da ceia, que eram as refeições onde a igreja, se mostrava mais do que nunca como o Corpo de Cristo. Não convidamos um estranho para comer conosco, mas os íntimos. A igreja não se contentava em ser comunidade apenas no templo, mas dia-a-dia nas casas. O momento mais sublime da fé se manifestava nas casas, onde partiam o pão, admitindo-se assim como parte uns dos outros e todos de Cristo! Mas como hoje podemos falar sobre isso, se a hora da refeição, que deveria ser a mais santa do dia, de santa não tem nada? Como podemos falar de santa-ceia nas casas, se nem se ora mais antes das refeições, se a família não tem mais comunhão? Hoje, parte-se o pão mais com a televisão do que com a própria família! Com toda certeza eles não eram “escorados”, pois vemos alegria e singeleza nos corações! Porque não temos mais comunhão? Porque uns pagam e outros não, uns lavam os pratos e outros não! Perdeu-se o senso de comunidade e sem senso de comunidade não existe Igreja! Pois a essência da igreja é uma forte comunhão nas pequenas esferas (famílias) que evolui em uma poderosa comunhão geral. Um verdadeiro culto dominical começa com um culto diário nos lares! Eram singelos, simples e por isso suas reuniões eram alegres. Porque desejavam o serviço comum. Hoje, as pessoas vem a igreja com o desejo de serem servidas. Criou-se na mente das pessoas que o pastor é um empregado da Igreja que precisa prestar uma série de serviços. Não é assim. O pastor cuida das ovelhas, mas quem dá cria são elas! Ele cuida das ovelhas mas são elas que cuidam dos filhotes, que dão a lã... O pastor sim, gerencia e lidera na igreja, mas a responsabilidade de ganhar pessoas para Jesus e de cuidar delas está essencialmente sobre a igreja! Quem dá de mamar é a ovelha! Entretanto hoje, o que se vê são membros que ao invés de comerem pasto e amamentarem querem receber mamadeira. Quem vai trazer as pessoas pra igreja e cuidar bem delas é você! Quem vai discipular, visitar e alimentar é você. O pastor precisa se preocupar em escolher os pastos (direção), em curar a ferida (aconselhamento), em repreender a rebelde (exortar) e enfrentar os lobos (sã doutrina, batalha espiritual). Ah irmãos, tem ovelha querendo andar a galope em outra ovelha. O liderado deve sim se submeter alegremente a seu líder, mas o líder, deve lembrar-se sempre que liderar é servir. Precisamos de singeleza! 47- Eles tinham decidido ser felizes! Louvavam a Deus em toda e qualquer situação. É o que podemos ver em At 16.25 quando Paulo e Silas são espancados e encarcerados. É obvio que tudo isso que estamos vendo parece um tanto utópico para a realidade em que vivemos hoje, mas quanto mais parecidas nossas atitudes com as daquele povo, mais parecidas serão as consequancias! Esse estilo de vida, levou eles a terem a “simpatia” do povo. Não eram um grupo de pessoas que usurpavam a sociedade. Eram uma comunidade que servia com milagres, prodígios e amor. Alguns desenhos animados mostram pequenos animais, como formigas por exemplo, se unindo e formando martelos gigantes para esmagar os inimigos. A figura embora cômica, mostra bem o cenário espiritual da unidade da Igreja. Pão só é pão quando os ingredientes se dissolvem em unidade, se tornam parte um dos outros formando a massa e está então é cozida. Igreja só é igreja se for comunidade e comunidade provada pelo fogo! A unidade e o amor da comunidade primitiva era tão bonita, e seu serviço tão belo, que apesar das perseguições, contavam com a simpatia de muitos. Assim as conversões eram diárias! E se diárias eram as conversões, havia muito trabalho, mas também alegria e renovo! Porque assim como em um lar sem filhos, os pais vão envelhecendo e vindo o filhos, se tornam um pouco mais “crianças” novamente. Assim uma igreja, sem novas conversões, vai se tornado velha, cheia de manias e costumes inúteis. Quando o bebê chega, exige muito trabalho... Trocar fraudas, amamentar, bagunça... Mas também faz com que os pais se renovem, dêem risadas, façam coisas que jamais fariam não fosse pelos filhos! Tudo é um ciclo: Comunidade, sã doutrina, milagres, conversões, comunidade... “Está estressado? Vai fazer filhos!” Crente que não sabe viver em comunidade, é porque nunca gerou um filho na fé, e por isso não tem a menor idéia do trabalho que já deu para os outros. A missão que Jesus nos deixou, é uma missão impossível de ser cumprida só.

Sidinei Bühler Kauer

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