quinta-feira, 23 de julho de 2009

Uma Torre de Adoração.

“Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu...” Is 29.13


Qual a fé que temos vivido? Ou melhor, por que temos vivido essa fé? Verdade é que a grande maioria de nós tem “sua fé”, mas nunca se perguntou de onde ou como ela surgiu. Muitos olham para dentro do mundo evangélico e dizem: “Você crê, porque as circunstancias te levaram a isso...” Bom, eu creio que as circunstancias realmente são instrumentos na mão de Deus... Mas isso é conversa para outro dia. Entretanto, quero te convidar a pensar um pouco, não sobre porque ser cristão, mas porque ser cristão da forma como você é.

Alguns oram gritando, outros baixinho. Alguns só oram de joelhos e outros oram até rolando no chão... Verdade é que muitas das coisas fazemos porque aprendemos “maquinalmente”. Um computador quando recebe um software não questiona se o software faz coisas verdadeiras ou falsas, mas simplesmente o executa. Claro que nos dias do texto bíblico não existiam computadores, mas “já existia” Deus! Ademais, estamos aqui falando analogicamente.

O que de nossa fé é genuíno, baseado e testado pelas escrituras? Em Is 29.15 está escrito “Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras”. É muito fácil ficarmos a criticar uns aos outros por longo tempo... E muitos tem se ocupado nisso. Com que intuito? Defesa da fé ou busca de fama? Infelizmente, algumas vezes nós buscamos fazer coisas, aparentemente espirituais simplesmente para que nosso nome seja engrandecido. Dizemos ao Senhor, “me dê oportunidade de anunciar o teu evangelho para que Teu nome seja glorificado”, mas muitas vezes o que estamos pensando é em ficarmos conhecidos, “famosos”... Tentamos esconder nossos desígnios de Deus e enganamos a nós mesmo com uma falsa espiritualidade!

Aprendemos “maquinalmente” a viver a fé de acordo com a “cultura religiosa” de nossa comunidade e a vivemos rigorosamente para ter um “status eclesiástico”. Ou nos levantamos em denúncia contra uma religiosidade vazia, sob a pseudo-afirmação de que desejamos uma fé bíblica, quando na verdade tudo que almejamos são futuras aclamações! Espero sinceramente que tudo isso que estou falando não seja o seu caso, mas acho pouco provável que alguém escape de todos estes tópicos. Em determinado momento, até mesmo sem intenção, acabamos pecando em uma destas afirmativas, afinal de contas, maquinalmente aprendemos, logo, maquinalmente executamos! Isso nos faz vítimas de um sistema que nós mesmos fortalecemos. Criamos a engrenagem que nos esmaga.

Em Gn 11, temos o relato acerca da Torre de Babel. Um povo unido e poderoso, que podia executar grandes feitos, perdeu quase toda essa capacidade por causa de sua fome de glórias e foi disperso pela terra. Cada dia fico mais assustado, ao ver como temos sido dispersos, divididos e afastados. Diferentes “línguas” têm sido faladas no mundo evangélico, e não conseguimos erguer juntos uma torre de adoração a Deus porque tentamos separados erguer torres de glórias a nós mesmos!

Babel (confusão) já está no nosso meio. A Igreja já está dispersa e cada denominação fala uma língua. Acaso não está na hora de pararmos de viver maquinalmente nossa fé e voltarmos para a Bíblia e iluminação do espírito Santo? Quando o Batismo de Fogo veio, línguas diferentes eram faladas, mas todos se entendiam! A Torre de Babel era um sinal visual que trazia unidade para aquele povo. Mas hoje não precisamos de uma união de aparência (visual) para a Igreja. Não precisamos de união de vanglória que traz repentina destruição. Precisamos de uma unidade mais profunda, uma união que possui como sinal o amor, um sinal interno que nos permite falar línguas diferentes, e continuar se entendendo, construindo uma torre, uma Torre de Adoração a Deus, vivendo uma fé Bíblica e por isso poderosa e impactante. Que o Senhor Deus nos abençoe e possamos viver unidade em amor.


Nota: A idéia original da comparação entre a Torre de Babel e o Batismo de Fogo provém de Ariovaldo Ramos.

Sidinei Bühler Kauer

www.sbkauer.com

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