quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Andando e Apreciando O Caminho.


Você já tentou “sair” um pouco da humanidade e observa-la? Eu já fiz isso, e não estou ficado louco. Estou falando de simplesmente, em determinada situação, ficar observando, analisando a reação de cada pessoa, pensando sobre o porquê de cada atitude, sobre os motivos intrínsecos, sob o que a pessoa está pensando e sobre os motivos inconscientes que levam a determinadas atitudes, e às vezes, a certas barbáries.
Também estou falando de “decolar” e olhar a humanidade de fora pra dentro. O “por que” da busca pelo dinheiro, da fama, da beleza... Da força motriz de cada moda, de cada tendência global.
Bom, minhas observações me levaram a pensar algumas coisas e ensaiar algumas respostas, mas é evidente, que são respostas tendenciosas, afinal, apenas posso simular o voo, simular o olhar de fora para dentro, mas não consigo de fato deixar por alguns instantes de ser humano para realizar tais observações.
Enfim, parece que fazemos as coisas buscando felicidade: Jogamos futebol, porque é gostoso, logo, traz felicidade. Brigamos no trânsito, para chegar no lar rápido, e assistir um filme, e ficar feliz no conforto do sofá. O que dá felicidade muda de pessoa para pessoa, mas sempre estamos buscando essa felicidade, como diz o filme “E busca da felicidade”.
A sociedade geralmente liga a felicidade a algum veículo que a transporte. De modo que “ter” a felicidade não é possível, mas ter o veículo que a carrega o é. Assim, para ser feliz, as pessoas namoram, compram, enriquecem, vendem, casam, brigam, divorciam... Um meio concreto precisa trazer a felicidade. Mas não somente veículos materiais. A felicidade é buscada no status, na fama, no poder, e quanto à pessoa perde o “veículo” da felicidade, sente-se infeliz!
O que a Bíblia diz sobre isso. Diz que Jesus é o “Princípio e o Fim” (Ap 21.6). Ele é o ponto de partida (Nele e por Ele) e o sentido (fim) de tudo. Mas não só isso, ele é “O Caminho” (Jo 14.6)! Jesus não é apenas “de onde viemos”, “para onde vamos” e “porque existimos”. Ele é também o percurso, a estrada! Porque o mundo acredita que a felicidade precisa de um veículo de transporte? Porque esses veículos muitas vezes cruzam pelo Caminho. Imagine Jesus, uma estrada reta. Agora imagine que perpendicularmente cruzam pequenas estradas por esse Caminho, em cada cruzamento, olhando do alto você pode ver o formato de uma cruz. O “carro” que leva a felicidade de carona pode estar andando na rua do sexo e quando se depara com o Caminho, sente a felicidade do prazer, mas quando termina de cruzar e continua seu percurso, enfrenta as consequências da fornicação, do adultério... Está a felicidade andando na carona do carro “dinheiro” e quando o atravessa pelo Caminho, sente o prazer da compra, mas logo chega retoma sua estrada, e enfrenta as consequências das prestações... Logo, o prazer advindo do pecado nada mais é do que o ponto comum entre o certo e o errado (explico isso em outro artigo).
Mas a cruz existe justamente para que você não apenas cruze sobre o Caminho para chegar ao outro lado, mas sim, vire 90 graus e continue no caminho! Assim o carro do sexo se converte no do sexo dentro do casamento e o do dinheiro no do usar-bem-as-posses.
Entretanto, o conceito da sociedade secular tem entrado nas igrejas. Existem muitos crentes andando no carro da bênção, da prosperidade, do louvor, mas apenas desfrutando da prosperidade das intersecções com O Caminho.
Jesus é O caminho. Jesus é também a verdade. E se a verdade não é uma coisa e sim uma pessoa, não podemos “ter” a verdade. O mais impressionante é que nem menos podemos saber a verdade, a menos que, nos relacionemos com a personificação da verdade. Assim, a verdade não é estática, a verdade é a mente de Cristo! (mais em “Teoria sobre a Verdade”).
A pergunta não é “isso é pecado”? Mas: “O quê Cristo pensa/diz/disse sobre isso”? A pergunta não é “porque João fez isso comigo”? Mas: “O que Cristo pensaria e como agiria agora”? Nós olhamos para nosso agressor e como bons cristãos, tudo dizemos: “Eu perdoo ele, não vou me vingar, mas que cara safado, ainda bem que no céu não vai ter gente assim”. Penso que Jesus numa situação dessas buscaria entender as fontes que levaram aos atos. Boa parte das pessoas que nos agridem, que nos machucam, estão convictas de que estão fazendo o certo. As maiores ofensas ocorrem no casamento, quando um, tentando agradar o outro desagrada e recebe como prêmio xingamentos. Injuriado pela incompreensão da pessoa amada, torna-se áspero e agressivo, desencadeando uma série de outros desastres...
O contexto influencia, o passado influencia, tudo influencia! C.S. Lewis pensava algo do tipo “não seremos julgados pelos que somos, mas pelo nos tornamos à partir do que éramos”. Ou trocando em miúdos, não seremos julgados por Deus por quão longe fomos na fé, mas pelo quanto avançamos em relação ao local onde estávamos.
A verdade é Jesus. E também a vida! Começamos dizendo que a humanidade busca a felicidade e que Jesus é O Caminho. E depois que a verdade só existe dentro de um relacionamento com Ele. Assim também é a vida. Imagine o universo como uma árvore. Essa árvore é Jesus. Mas algumas folhas caem (se atiram) dessa árvore. O que acontecerá com elas? Como em uma paisagem de outono, secarão, morrerão. Essas folhas caindo da árvore somos nós. Mas essa árvore é diferente. Ao invés de criar novas folhas, ela chama as folhas mortas de volta, convida-as para se decomporem, entrarem novamente pela raiz e renascerem em novas, verdes e viçosas folhas! Ow Glória!
Na Reforma Protestante, onde grandes homens de Deus, como Lutero e Calvino ensinaram sobre nosso dever de trabalhar para Deus, de forma dedicada. Ensinaram a trabalhar para ter como ajudar os pobres... Ajudaram a desencadear o capitalismo que hoje temos. Mas havemos de admitir: Nós nos perdemos nisso! Tão ocupados em produzir, em sistematizar, em organizar... Tão viciados na eficiência e no progresso estamos longe do Evangelho. Afirmar que Deus quer que prosperemos que sejamos dedicados e eficientes não é um erro em si. Errado é quando esse corre-corre os prova de desfrutar O Caminho! Quando estamos em uma via rápida, a 180Km/h, não conseguimos observar O Caminho, Jesus é O Caminho! Se o que você tem feito não te permite apreciar as belezas que te cercam e sentir a verdade que emana do Cristo em ti e te torna alguém melhor, um agente de Vida... Então sua correria, sua prosperidade, sua eficiência é do Diabo!
A Vida de Jesus é tua vida, quando estando no Caminho, Vive A Verdade! Seu dinheiro, suas roupas não poderão ser trocadas pelos tesouros eternos. Nem mesmo seu ministério, seus dons... Nada pode se comparar a Voltar ao Caminho, de onde a humanidade se desviou no princípio e “curtir” O Caminho, que conduz ao nosso Fim. E este fim, é o sentido último da existência, a eternidade com o Senhor.
Agora para encerrar, é preciso pincelar o conceito de Vida Eterna. Não estou dizendo que viver na terra é apenas uma existência acética e privada de prazeres para poder entrar no céu onde seremos recompensados. Não! A Vida Eterna começa quando você passa a fazer parte do Reino de Deus, porque depois desse dia, você viverá para sempre, passará pela morte, mas ela não lhe deterá, o madeiro já está posto sobre o abismo da morte! Então, andar no Caminho, Vivendo A Verdade, deve ser viver nessa terra, como um cidadão do céu. E se somos cidadãos dos céus, devemos agir como tais: Tendo paz, amando, fazendo o bem... Quando Jesus encarnou em carne (veio como homem), não encarnou em poder e glória. Não encarnou com toda sua majestade. Mas Deus, gotejou sobre o ventre de Maria, o suprassumo de todo cosmos: O Amor. Quem Vive andando no Caminho, vive ciente de sua eternidade, amando a todos. E esse amor precisa ser verdadeiro, se materializando em ações concretas, materializando traços do Reino de Deus já aqui na Terra. Assim como sabemos que uma cidade foi colonizada por alemães simplesmente olhando para os telhados e design de suas casas, assim quem olhar para as redondezas de uma igreja, de um crente, deve ver traços do Reino de Deus, manifestos na terra. Que Deus nos abençoe.

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