quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Suco de café, o poema da vida

      Conversando com uma amiga, fui surpreendido com o seu “eca” quando lhe falei que estava fazendo um ‘suco de café’. Recorri mais uma vez a minhas memórias e lhe contei o porquê disto.
Quando pequeno, passávamos por dificuldades financeiras. E, passado o café pela manha, o que sobrava no bule, era misturado com água gelada e açúcar e virava o suco do almoço. Os tempos de pobreza passaram, mas o costume de tomar o suco não. Antes, era por necessidade, hoje, gosto de tomar este suco.
Tantas vezes reclamamos das coisas e situações em nossa vida e não nos damos conta de quanto nosso prazer em existir pode ser maximizado por elas. Se eu nunca tivesse sido pobre, hoje, não teria tanto prazer em comer e beber! Aprendi a gostar de tudo e não reclamar e isto me faz sentir alegria, inclusive, em tomar um simples suco de café!
Aprendi a valorizar as pequenas coisas, afinal, eram apenas elas que eu tinha. Uma mochila nova, o primeiro televisor a cores, a construção do chalé, a reforma da ponte pênsil... Tudo se movia ao meu redor como uma linda poesia, escrita por Deus com minha cooperação.
Os grandes prazeres são fúteis perto dos pequenos prazeres cotidianos. Como fazer um ninho de porongo para as corruíras, pescar um lambari ou observar as pétalas de uma flor. A poesia está ao nosso redor, pena que a maioria é analfabeta, no que tange a leitura, do poema da vida!

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